E você, gostou do cartaz escolhido para a Copa de 2014? A nova arte já está gerando polêmica ao ser acusada de plágio. Os desenhos são bem similares ao logotipo da Unilever, cuja estrutura é formada por diversas figurinhas. Confira a reportagem abaixo, retirada da UOL:
“Lançado na última quarta-feira no Rio de Janeiro, o pôster oficial da Copa de 2014 imediatamente alcançou projeção internacional e, em esfera local, inspirou debates acalorados entre anônimos e especialistas em design. Os criadores da peça que eternizará o Mundial brasileiro rebatem a corrente que sugere plágio visual de uma grande multinacional e ainda explicam o produto final que expõe o mapa e um festival de referências do país.
Ricardo Leite, sócio e diretor da Crama Design Estratégico, agência responsável pelo pôster, rebateu a interpretação de que a peça seja inspirada na mesma característica visual da Unilever. Esta interpretação foi debatida após o anúncio nas mídias sociais e veículos de imprensa.
“A gente usa o mesmo principio gráfico, com a aplicação de uma textura dentro de uma forma. No caso da Unilever, eles utilizam a letra U e milhões de formas dentro, reunidas. São vários elemento do universo da Unilever, com sorvetinho, os produtos deles. No nosso caso, apresentamos o jogo de bola e a moldura do mapa do Brasil em segundo plano. É similar? É. O pattern [técnica utilizada no desenho], dentro de uma forma, não é uma exclusividade da Unilever, sempre existiu. Não é um recurso inédito”, argumenta Leite.
“Não vejo que uma coisa invalide a outra. O nosso cartaz é muito mais do que isso. São elementos que formam o mapa, e a coisa do jogo sendo apresentada, com a riqueza do país dentro do jogo. É muito fácil encontrar trabalhos semelhantes, por isso dá tanta polêmica. Mas não acho que seja uma coisa tão relevante assim. Durante o processo de criação, colocamos o cartaz na parede e alguém falou que tinha o mesmo conceito que a Unilever usa, com estampas dentro. Mas existem outros trabalhos assim, uma coisa não impede a outra. Não é de jeito nenhum plágio, é só o mesmo recurso. Por isso a semelhança”, acrescenta.
A edição da Folha de S. Paulo da última quinta-feira publicou uma coluna assinada pelo designer Chico Homem de Mello, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. No texto, o acadêmico diz que a “semelhança de grafismos é desconfortável” [a Unilever não é patrocinadora oficial da Copa] e ainda discorre sobre o uso do mapa do Brasil, que em sua opinião não é um símbolo visual internacionalmente reconhecível.
Da sua parte, o responsável pelo projeto argumenta que o mapa aparece em uma leitura secundária, que tem como prioridade uma mensagem global sobre o evento.
“O mapa do Brasil aparece em uma leitura secundária, em segundo plano. Só é reconhecível de cara pelos brasileiros. O cartaz tem vários níveis de leitura, a primeira delas é simples, icônica. Se sou brasileiro, enxergo o mapa. Se não sou, vejo o jogo. Depois, vendo de perto, consigo enxergar todas as coisinhas, usadas para incluir todos os brasileiros”, explica o criador do pôster, que já desenhou capas históricas de álbuns de Paralamas e Legião Urbana, entre outros projetos.
Os criadores do cartaz da Copa de 2014 se orgulham de serem os primeiros da história do evento a utilizar a figura de uma disputa de bola entre dois adversários. O modelo vencedor desfila uma série de referências à diversidade brasileira, com símbolos de fauna, flora e costumes (calçadão de Copacabana, frevo, baianas, boi-bumbá, etc.). No plano geral, todos esses elementos reunidos formam a imagem do mapa do país.”
Fonte: UOL